segunda-feira, 29 de outubro de 2007

"Não é próprio da clemência ser forçada,
Ela dá-se, como a chuva desce do céu
À terra humilde. Duplamente abençoada,
Abençoa a quem a dá, e a quem a recebe;
É maior nos mais poderosos; e mais
Favorece um monarca que trono e coroa.
Mostra o ceptro a força do poder temporal,
Sendo atributo de grandeza e majestade
No qual reside o respeito e temor ao rei.
Porém supera a clemência o que o ceptro alcança,
Tendo ela seu trono no coração do rei,
Sendo ela atributo do próprio Deus.
Mais perto anda o poder terreno do divino
Quando a clemência tempera a justiça."

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Like the great philosopher Jagger once said...

I saw her today at the reception
A glass of wine in her hand
I knew she was gonna meet her connection
At her feet was her footloose man

you can't always get what you want
You can't always get what you want
You can't always get what you want
But if you try sometime you might find
You get what you need

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

pensei que o tempo passasse mais devagar
pensei conseguir fazer qualquer coisa com o tempo
qualquer coisa que não fosse só pensar que o tempo passa sem que nada se passe
pensei que os sonhos estavam mais perto
o abstracto fica tão perto
tão perto
pensei que a realidade estivesse mais perto dos sonhos
pensei que fossem um só
mas a passagem do tempo
a inútilidade das horas
o relógio tão cruel
tão cruel
e os dias tão vazios de ideias
tão cheios de sonhos no abstracto
o abstracto
tão longe
tão longe
tão longe

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Sad Eyed Lady Of The Lowlands

Sad Eyed Lady Of The Lowlands 
by Bob Dylan

With your mercury mouth in the missionary times
And your eyes like smoke and your prayers like rhymes
And your silver cross, and your voice like chimes
Oh, who do they think could bury you ?
With your pockets well protected at last
And your streetcar visions which you place on the grass
And your flesh like silk, And you face like glass
Who among them do they think could carry you ?
Sad-eyed lady of the lowlands
Where the sad-eyed prophet says that no man comes
My warehouse eyes, my Arabian drums
Should I put them by your gate
Oh, sad-eyed lady, should I wait ?

With your sheets like metal and your belt like lace
And your deck of cards missing the jack and the ace
And your basement clothes and your hollow face
Who among them can think he could outguess you ?
With your silhouette when the sunlight dims
Into your eyes where the moonlight swims
And your match-book songs and your gypsy hymns
Who among them would try to impress you ?
Sad-eyed lady of the lowlands
Where the sad-eyed prophet says that no man comes
My warehouse eyes, my Arabian drums
Should I put them by your gate
Oh, sad-eyed lady, should I wait ?

The kings of Tyrus with their convict list
Are waiting in line for their geranium kiss
And you wouldn't know it would happen like this
But who among them really wants just to kiss you ?
With your childhood flames on your midnight rug
And your Spanish manners, and your mother's drugs
And your cowboy mouth and your curfew plugs
Who among them do you think could resist you ?
Sad-eyed lady of the lowlands
Where the sad-eyed prophet says that no man comes
My warehouse eyes, my Arabian drums
Should I leave them by your gate
Oh, sad-eyed lady, should I wait ?
Oh, the farmers and the businessmen they all did decide
To show you the dead angels that they used to hide
But why did they pick you to sympathize with their side ?
How could they ever mistake you ?
They wished you'd accepted the blame for the farm
But with the sea at your feet and the phony false alarm
And with the child of a hoodlum wrapped up in your arms
How could they ever, ever persuade you ?
Sad-eyed lady of the lowlands
Where the sad-eyed prophet says that no man comes
My warehouse eyes, my Arabian drums
Should I leave them by your gate
Oh, sad-eyed lady, should I wait ?

With your sheet-metal memory of Cannery Row
And your magazine-husband who one day just had to go
And your gentleness now, which you just can't help but show
Who among them do you think would employ you ?
Now you stand with your thief, you're on his parole
With your holy medallion which your fingertips fold
And your saintlike face and your ghostlike soul
Who among them do you think could destroy you ?
Sad-eyed lady of the lowlands
Where the sad-eyed prophet says that no man comes
My warehouse eyes, my Arabian drums
Should I leave them by your gate
Oh, sad-eyed lady, should I wait ?
Sad eyed lady of the lowlands

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Olá
Vivo no fantástico conforto das casas e ruas do século XXI
Vivo numa pacata zona perto de Lisboa, em Portugal
Nunca estive em perigo de vida
Nunca vivi uma guerra
Nunca tive de confrontar qualquer poder político
Nunca, sequer, tive de dar um soco a alguém
Vivo no fantástico conforto das casas e ruas do século XXI em Portugal.
Ainda assim vejo a morte tão de perto
tão de perto como se tivesse de estar preso num campo de concentração a ver milhões de pessoas a morrer à minha frente
Fito-a nos olhos como se dormisse todos os dias ao seu lado
Olá, tenho vinte anos e vivo no fantástico conforto das casas e ruas do século XXI em Portugal
Moro perto da depressão que assombra aqueles que não têm nada para se queixar
Bebo para esquecer que estou vivo
Vivo tentado esquecer-me que estou bêbedo
Vivo com os cem anos que a minha alma me impôe e vivo-os com a força que duas décadas ainda têm
Moro na televisão das cores ardentes
de sorrisos pepsodent
no ninho das pessoas carentes que sentem a obrigação de ser feliz
Não vivi nada que possa ter medo de recordar
Não recordei nada que me envergonhe de ter vivido
Não tenho queixas absolutamente nenhumas deste fantástico conforto das casas e ruas do séculoXXI em Portugal
Vivo aqui
Estou preso aqui
Aqui no bairro da tragédia de simplesmente não ter tragédia nenhuma e ainda assim saber que a vida de nada vale a pena
A tragédia de usar perfumes caros e de só cheirar a morte
a tragédia de viver neste fantástico conforto das casas e ruas do século XXI em Portugal e ainda assim não ser feliz
Não sou feliz
Obrigado
Boa noite
Adeus

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Dez lamurias por gole

Isto é só um copo
Eu não bebi de mais
Achei que era diferente
E são todas iguais
Escrevi canções sobre ela
Mil noites sem fim
Deixou-me neste bar
A cantá-las pra mim
Doce uhhh uhhhhhh uhhhhhh uhhhhhh uhhh
Eu bebo da garrafa
Tomo um gin de manhã
Se o principe era o sapo
Ela devia ser rã
Eu amo quem eu sei que não me vai amar
Mas só assim me dá vontade de cantar
Doce uhhh uhhhhhh uhhhhhh uhhhhhh uhhh
Mas a dor insiste
Não dá pra esquecer
Mas o peito insiste
E não a deixa morrer
E eu não vou deixar-me beber
Como gin
E para estar sóbrio não basta
Só pensar em mim
Ah ah
Nao era isto qu’eu queria ser
E o que me deixa mal é o que me faz viver
Sinto a roupa fria e o corpo dorido
Sinto o cheiro a vinho mesmo sem ter bebido nada uhhhh uhhhhhh uhhhhhh uhhhhhh uhhh
Isto é só um copo
A boca já me arde
O homem varre o chão e diz que já é tarde
“Senhor só (bon voyage) é hora de fechar”
A lua é a mulher que hoje vou abracar
Doce uhhhh uhhhhhh uhhhhh uhhhhh uhhhhhh

Ornatos Violeta