terça-feira, 24 de novembro de 2009

NUM ESTADO ESTRANHO CHAMADO TENNESSE

Nenhum autor me diz nada que eu não saiba sobre a vida
E no entanto emociono-me tanto quando me dizem bem aquilo que eu já sei
Não há nada de novo...

Tudo isto é bonito e eu adoro isto
Há tantas maneiras de o dizer mas não há mais nada para dizer
Não há mais nada por dizer
Mas ainda falta qualquer coisa
tem que faltar qualquer coisa
Tem que haver um lugar para mim em qualquer sítio
Em qualquer sítio longe da minha cabeça
E perto do peito das outras pessoas
Esse lugar estranho há-de existir
Tenho a certeza que existe
Se não houver, de que serve viver?
Se não houvesse já estaria morto
"morto é mesmo morto"
Já estaria muito mais morto do que já estou
Num entanto estou vivo
Num entanto existo
existo tanto quanto existe o vazio na minha cabeça e no peito das outras pessoas

Até alguém querer abrir realmente o nosso livro ninguém nos conhece
Toda a nossa vida dependemos da bondade de estranhos
E eu já sei isto há tanto tempo, sei isto há tempo de mais...

domingo, 1 de novembro de 2009

QUEM NADA NÃO SE AFOGA :)

Aptece-me escrever muito mais do que aquilo que posso escrever aqui
Entretanto não escrevo nada
ideias ideias ideias
que quase nunca se concretizam em
palavras palavras palavras
E como é que eu cheguei aqui tão cedo?
Tão novo?
Tão vivo?
Como é que isto me aconteceu?
Ter esta ideia de que cada palavra não significa nada
e de que cada gesto de qualquer um é estúpido e sem sentido?
Como é que eu passei essa fase em que tudo me deprimia por não significar absolutamente nada
E me transformei num ser feliz com a consciência de que nada significa nada?
Nada foi no que me tornei
Um vazio que sorri e que não significa nada
absolutamente nada
Um ser que finge de vez em quando ter ideias
e que debita
palavras palavras palavras