terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Queria que existisse realmente a vida eterna
Não era por mim a sério.
Eu podia dormir para sempre
tanto me faz
Queria a vida eterna para falar com os antigos
Platão, Aristóteles, Jesus de Nazaré, Shakespeare, Goethe, niechtze, Jorge Luís Borges, a minha avó...
Palavra de honra! Eu não me importo de desaparecer por dois dedos de conversa.
Que o tempo seja uma anedota!
Vamos brincar com o tempo
Vamos aproveitar cada momento à espera de uma gargalhada no fim!
Vamos brincar no tempo!
Vamos ver a tua reacção se eu te tivesse dito que te amava
Ela tem os olhos cor de mel mas já está longe
Se o tempo é uma anedota eu devo ser a última palavra
aquela que faz rir
Se eu for um poema sou a palavra que faz chorar
hahahahahah!
Eu quero é ser o whisky que embreaga! Que torna real e verdadeira a vida!
Não sei...
Parece que estive a sonhar?
Mãe! Juro que não fui eu! Não é por mim juro!
Mãe, faz com que haja a vida eterna...
Os meus netos iriam adorar conhecer o Homero!
E eu, confesso, adoraria voltar a ver os teus olhos cor de mel
Nada.
Ficamos com nada
Aqui o Teatro
Aqui tu
Tu e o Teatro
E as pessoas aplaudem
E as pessoas dizem que adoram
E as pessoas agradecem
E as pessoas vão-se embora
E tu ficas sozinho
E tiras o nariz de palhaço
E estas sozinho
E Nada
Ficamos com nada
Aqui o Teatro
Aqui tu
Tu e o Teatro e ecos de vazio
Chego a pensar que não
Não!
Não me posso dar tanto e chego a pensar que devo fazer tudo igual que vai dar ao mesmo
E chego a pensar que devia ser pedreiro
(a minha mãe dá cervejas aos pedreiros)
Nada
Nem uma cerveja
O actor é a personagem e os fantasmas do actor
Uma catarse
Uma masturbação palavreada
A arte traz aplausos que não significam nada
Tirem os aplausos do teatro pa!
Que coisa antiga!
Quero representar e morrer e pensar que depois de morrer as pessoas me vão aplaudir antes de cairem no sono.
Quero acabar a cena e ir para casa sem cair em mim
Sem ter de representar um actor que agradece
E agora falo eu
Sem personagem
Sem nada
Sem o nada que dá nada
Agora digo eu
Luís Miguel Lobão Gonçalves Ferreira
Agora digo eu, como dizia a minha avó,
-Saudade agunstiante de um futuro distante
E como sempre
Não fui eu a falar

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Esqueçam tudo o que eu escrevi até aqui
Não quero saber
Acabem com os aplausos no Teatro!
Porque eu dou por mim a começar a chorar sozinho em casa e a deixar de chorar porque começo a representar para mim próprio
Só há um segundo de verdade em mim
O resto é mentira e passado e um futuro que nunca chegará a ser presente
Dou por mim, nu, ridículo, a crucificar-me, a ter pena de mim, a perpetuar a minha auto-tragédia.
Quando superar a minha forçada catarse e der por mim a ser um homem feliz a viver a vida no seu todo e a gostar de tudo o que vivo
Juro que morro
E não vou morrer feliz
Estou completamente sozinho
Também eu estou completamente sozinho
Não tenho ninguém para falar comigo
Não tenho nada em mim para falar comigo
Também eu me transformei num vazio
Num vazio como o vazio das pessoas
cheio de momentos divertidos que não querem dizer nada
Mas continuo a pensar como uma criança,
-Porque é que as pessoas se fazem mal umas as outras?
E continuo a ouvir a minha mãe dizer na minha primeira memória,
-És um extra-terrestre
E continuo a sofrer pelo mundo
E às vezes ainda acredito que o mundo também sofre por mim
Às vezes ainda acredito que tenho consequências no mundo
A escrita continua a ser uma masturbação e nada mais
A arte só quando não tenho mais nada
Não era nada disto que eu devia estar a fazer
Sinto a culpa da humanidade
Sinto que a culpa é toda minha
Se amanhã não tiver aplausos juro que morro
Então esqueçam tudo o que eu escreverei até morrer

Sei lá!

Deixem-me em paz
Por favor deixem-me em paz
As pessoas que me deixem em paz
Mas que o público me venha ver como uma fera no circo
Não é um favor, asério! Vão gostar!
à parte isto deixem-me em paz
Não gozem comigo por favor!
Confesso,
Tenho medo das pessoas
cada vez mais
Tenho medo de estar sozinho
Cada vez mais
Tenho medo de desaparecer
de deixar de pensar
de adormecer
Tenho esperança no dia de amanhã
-É amanhã que eu não vou acordar
É amanhã que não me vai custar deixar de existir
Tenho medo do tempo
O tempo prova tudo.
O que é que se passa na minha cabeça?
Não, o problema não sou eu
são os outros
Ainda há sol, ainda há chuva e mar e terra e a culpa não é minha
Sou o melhor do mundo
E não
Sou só mais um
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srijgturijstjhythyjtrhyjtrhgyjtrhgjgthjtrhytrjhytrhgyrjghjhgahfjaklehsjhcvbcnvvv
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Não sei