terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Nada.
Ficamos com nada
Aqui o Teatro
Aqui tu
Tu e o Teatro
E as pessoas aplaudem
E as pessoas dizem que adoram
E as pessoas agradecem
E as pessoas vão-se embora
E tu ficas sozinho
E tiras o nariz de palhaço
E estas sozinho
E Nada
Ficamos com nada
Aqui o Teatro
Aqui tu
Tu e o Teatro e ecos de vazio
Chego a pensar que não
Não!
Não me posso dar tanto e chego a pensar que devo fazer tudo igual que vai dar ao mesmo
E chego a pensar que devia ser pedreiro
(a minha mãe dá cervejas aos pedreiros)
Nada
Nem uma cerveja
O actor é a personagem e os fantasmas do actor
Uma catarse
Uma masturbação palavreada
A arte traz aplausos que não significam nada
Tirem os aplausos do teatro pa!
Que coisa antiga!
Quero representar e morrer e pensar que depois de morrer as pessoas me vão aplaudir antes de cairem no sono.
Quero acabar a cena e ir para casa sem cair em mim
Sem ter de representar um actor que agradece
E agora falo eu
Sem personagem
Sem nada
Sem o nada que dá nada
Agora digo eu
Luís Miguel Lobão Gonçalves Ferreira
Agora digo eu, como dizia a minha avó,
-Saudade agunstiante de um futuro distante
E como sempre
Não fui eu a falar

Um comentário:

Luana disse...

Que se passa aqui neste blog Luis Lobão Ferreira +qualquer coisa? Mudas-te....n venho aqui há tanto tempo...Queres levar um par de estalos? aiiiiiiiiiiiiiii.