terça-feira, 27 de novembro de 2007

As saudades
aquela viola
tão distante já
tão simples
um lamento
um mendigo
as sensações de algo tão simples
as profundezas de um lamento tão fácil
tão profundo
a morte
a morte
os acordes de uma vida inexplicável
mas tão simples
porra! Tão simples
Aqueles que nunca experimentaram escrever uma carta de despedida nunca, nunca perceberão
vi um mendigo sem pernas nem braços
perguntei-me
-porque é que não se mata?
ele viu-me
viu-me no fundo do meu ser
os meus olhos iguais aos dele
mendigos, esfomeados e vazios
perguntou-me
-Porque é que não te matas, porque é que não te matas?
respondi-lhe
-Toma 2 euros, não tenho mais.
respondi-me
-morre, não tenho mais, não tenho mais.

sábado, 24 de novembro de 2007

Outra vez Outra vez Outra vez Outra ve Outra vez


Yo quiero que tú sufras lo que yo sufro
y aprenderé a rezar para lograrlo
yo quiero que te sientas tan inútil
como un vaso sin whisky entre las manos
y que sientas en tu pecho
el corazón
como si fuera de otro
y te doliera.
yo te deseo la muerte
donde tú estés
y aprenderé a rezar para lograrlo

yo quiero que tú sufras
lo que yo sufro
y aprenderé a rezar
para lograrlo

Yo quiero que te asomes
a cada hora
como un preso aferrado
a su ventana
y que te sean las piedras de la calle
el único paisaje de tus ojos.

yo te deseo la muerte
donde tu estés
por dios que aprenderé a rezar
para lograrlo





Albert Pla

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

"Bought a ticket for a runaway train
Like a madman laughin' at the rain
Little out of touch, little insane
Just easier than dealing with the pain"

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Monsieur le Président
Je vous fais une lettre
Que vous lirez peut-être
Si vous avez le temps
Je viens de recevoir
Mes papiers militaires
Pour partir à la guerre
Avant mercredi soir
Monsieur le Président
Je ne veux pas la faire
Je ne suis pas sur terre
Pour tuer des pauvres gens
C'est pas pour vous fâcher
Il faut que je vous dise
Ma décision est prise
Je m'en vais déserter

Depuis que je suis né
J'ai vu mourir mon père
J'ai vu partir mes frères
Et pleurer mes enfants
Ma mère a tant souffert
Elle est dedans sa tombe
Et se moque des bombes
Et se moque des vers
Quand j'étais prisonnier
On m'a volé ma femme
On m'a volé mon âme
Et tout mon cher passé
Demain de bon matin
Je fermerai ma porte
Au nez des années mortes
J'irai sur les chemins

Je mendierai ma vie
Sur les routes de France
De Bretagne en Provence
Et je dirai aux gens:
Refusez d'obéir
Refusez de la faire
N'allez pas à la guerre
Refusez de partir
S'il faut donner son sang
Allez donner le vôtre
Vous êtes bon apôtre
Monsieur le Président
Si vous me poursuivez
Prévenez vos gendarmes
Que je n'aurai pas d'armes
Et qu'ils pourront tirer
Perdi a liberdade
tenho medo de mim
Perdi a minha liberdade porque tenho medo de mim
Já mal ouso escrever
tenho medo do que possa escrever
das eternas correcções
do bloqueio constante
da auto-censura
da censura insconsciente
Tenho medo de estar sozinho comigo próprio
este silêncio
este nada
esta falta de qualquer coisa
as saudades, as saudades, as saudades
tenho medo de olhar para o relógio
(nunca olho para o relógio)
O sentimento não se vai embora
não se quer ir embora
não se vai embora
não vai
não vai
As saudades
saudades dos violinos envolventes que ouvia quando estávamos juntos a contrastar com os cruéis tambores que ouço sempre quando acordo
onde é que fomos?
Sei que não estamos aqui
Mas onde é que fomos?
Sei que não estamos aqui
Estamos nesta dor
Neste vazio à minha volta
neste silêncio
neste nada
Porque é que não é tudo como dantes?
Era tão fácil
Daqui a vinte anos hei-de estar à frente de um computador
(de um melhor espero)
A perguntar-me
- porque é que tudo não é tudo como dantes?
como agora
Ainda não hei-de ter feito nada nessa alura
Porque é que não faço nada?
Porque é que não faço nada?
O mundo há-de mudar