sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

PLACEBOS

Não era isto
Não era isto
Não era isto
Não era isto que era suposto acontecer
O passado como fantasmas
O futuro como espelhos
Não era isto
Não era isto que a vida devia ser
Crescer- aumentar os sorrisos, engolir as lágrimas
A vida é isto, não é? fingir que se é feliz e esconder os esqueletos no armário
Sorrir e voltar a sorrir e ter dinheiro e voltar a ganhar dinheiro e comprar coisas até...
Enfim, até sermos uma coisa
Uma coisa que se vende ao preço de sorrisos fingidos e lágrimas de crocodilo
A vida é sorrir e comer fantasmas
Trocamos o algodão doce por fantasmas e sorrimos.
E não era isto, pois não?!
Era suposto ser bom e deixar saudades
Era suposto ser verdadeiro e harmonioso.
A depressão é o grande virus do nosso tempo e todas as coisas do nosso tempo são a nossa suposta cura.
o cancro do nosso tempo está no nada e nós não somos nada
Estamos doentes
Estamos tão doentes e sorrimos
E não era isto
Não era suposto ser assim

terça-feira, 24 de novembro de 2009

NUM ESTADO ESTRANHO CHAMADO TENNESSE

Nenhum autor me diz nada que eu não saiba sobre a vida
E no entanto emociono-me tanto quando me dizem bem aquilo que eu já sei
Não há nada de novo...

Tudo isto é bonito e eu adoro isto
Há tantas maneiras de o dizer mas não há mais nada para dizer
Não há mais nada por dizer
Mas ainda falta qualquer coisa
tem que faltar qualquer coisa
Tem que haver um lugar para mim em qualquer sítio
Em qualquer sítio longe da minha cabeça
E perto do peito das outras pessoas
Esse lugar estranho há-de existir
Tenho a certeza que existe
Se não houver, de que serve viver?
Se não houvesse já estaria morto
"morto é mesmo morto"
Já estaria muito mais morto do que já estou
Num entanto estou vivo
Num entanto existo
existo tanto quanto existe o vazio na minha cabeça e no peito das outras pessoas

Até alguém querer abrir realmente o nosso livro ninguém nos conhece
Toda a nossa vida dependemos da bondade de estranhos
E eu já sei isto há tanto tempo, sei isto há tempo de mais...

domingo, 1 de novembro de 2009

QUEM NADA NÃO SE AFOGA :)

Aptece-me escrever muito mais do que aquilo que posso escrever aqui
Entretanto não escrevo nada
ideias ideias ideias
que quase nunca se concretizam em
palavras palavras palavras
E como é que eu cheguei aqui tão cedo?
Tão novo?
Tão vivo?
Como é que isto me aconteceu?
Ter esta ideia de que cada palavra não significa nada
e de que cada gesto de qualquer um é estúpido e sem sentido?
Como é que eu passei essa fase em que tudo me deprimia por não significar absolutamente nada
E me transformei num ser feliz com a consciência de que nada significa nada?
Nada foi no que me tornei
Um vazio que sorri e que não significa nada
absolutamente nada
Um ser que finge de vez em quando ter ideias
e que debita
palavras palavras palavras

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Clap Clap Clap

Hoje enquanto batia palmas as palmas das minhas mãos colaram-se
Colaram-se para eu rezar
e eu rezei
Rezei para que as palmas dos outros se descolassem
e me batessem palmas outra vez
Amanhã vou acordar
Acho que vou acordar com uma palma espetada na cara e vou rezar
Vou rezar para que me colem as palmas dos pés no chão outra vez

Óptimo

Afinal foi assim
Como eu sempre tive medo que fosse
Mas foi assim
E assim estou óptimo
Mais parvo, mais burro, mais desinteressante
Mais feliz,
Como eu sempre tive medo de ser
Óptimo

terça-feira, 11 de agosto de 2009

The carpet too is moving under you
And It's all over now baby blue

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

HEY JUDE

Tu lá em cima
Eu aqui
A distânia de uma duzia de escadas
Tão perto...
No entanto eu aqui
A escrever sobre ti
A pensar como tudo deixa de ter importância contigo aqui
Podem gritar que já não sou o que sou e podem até gozar comigo
Nada
Nada tem valor contigo aí em cima e todas as tragédias se transformam em risos estúpidos e sem sentido
E sabe tão bem
No entanto eu aqui a escrever
Que estupidez eu aqui a escrever
Não te troco por uma duzia de escadas
meia duzia de cigarros
e meia garrafa de vinho
Não te troco
não é isso
Também estou contigo aqui
Que estupidez eu aqui em baixo
Tu lá em cima
Que estupidez
Guardem as piadas e gritem ao mundo inteiro que eu estou apaixonado
Ela está lá em cima
E eu vou já ter com ela
Até amanhã!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

ENTRE O RIDÍCULO E A VERDADE

Parece-me um bom título
Embora não haja muito mais além daquilo que está escrito no título
ENTRE O RIDÍCULO E A VERDADE
Lembrei-me desta frase há umas horas num bar
fazia todo o sentido
Não me parece que faça muito sentido agora...
Não sei
Cansa-me ser humano
sinceramente
aliás
cansa-me ser só humano
aliás
cansa-me ser só um animal com a tragédia de ser humano
A minha eterna tragédia imaginária de ser humano.
Tudo isto e todas as formas de exprimir isto me parecem estar entre o ridículo e a verdade
São só maneiras diferente de dizer a mesma coisa:
-Vou morrer e nem quero saber.
O que é cada vez mais ridículo
O que é sempre igualmente verdade
Mudando de assunto,
Nunca acreditei em nada do que disse
E espero, sinceramente, que ninguém tenha acreditado
Pelo menos durante mais de quinze minutos
A verdade nunca dura mais de quinze minutos
Ah! mas há uma coisa que é para sempre:
O ridículo.
O ridículo é para sempre e esta é a verdade mais duradoura de todas.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Não há nada mais para além das mil linhas que eu já escrevi hoje
Só espero que seja só a minha memória que me atraiçoa
Não há nada mais perfeito do que o fumo a sair dum cigarro num cinzeiro sem vento
Como o fumo sem vento
Como o fumo sem vento há algo que nos faz mexer
Havemos de morrer num cinzeiro
Ouve,
Não somos mais que cigarros!
Não somos mais do que nada
Não somos sequer espumantes
E não conseguimos sequer ser felizes imaginado que somos champanhe!
Não olhes para trás no sol
Não vejas o teu reflexo no reflexo dos teus óculos escuros
Tu tens mil linhas para serem estudadas numa noite!
Não há nada mais para além das mil linhas que eu já escrevi hoje
Ouve,
Uma metamorfose não acontece nos tempos do kafka
E um ser ou não ser não se decide num solilóquio
Ouve
Tudo tem um tempo de um cigarro
Ouve
Um cigarro tem o tempo de mil linhas escritas numa noite
E eu
Eu quero fumar sempre,
Para sempre!
Vidro.
Para mim não há nada mais do que o vidro
Nada tão sensivel
Nada tão curtante
Nada tão duro quanto o vidro
Hoje curtei-me com o vidro e curei-me com o fundo do vidro
Não há nada mais que vidro no aço em nós
Vês discórdia onde eu vejo amor e vês facas onde eu vejo vidro
Ouço palmas
Ouço palmas
As mesmas palmas pelas quais te apaixonaste
As mesmas palmas das mãos que agora fazes questão em colar
Para mim não és mais do que vidro
Algo que leva algo e que mesmo com algo se pode facilmente partir
O plastico não
O plástico é indestrutivel e eterno
Modificavel mas eterno
Inquebravel mas eterno
Tu és vidro
Tão vidro quanto o copo que não queres ver na minha mão
Tu és vidro
E eu não te quero partir
Juro que não te quero partir
Ouve, ouve, ouve,
-Deixa-me ser vidro também!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Bla Bla Bla

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Iniciação a uma vida normal

A inspiração não passa de tempo para pensar
Uma ideia não é mais do que uma ausência de acções forçada ou estupidamente premeditada
Há que dar tempo às ideias e não escrever nada
Deixar o tempo passar
Deixar as acções terem um pouco de protagonismo
Mas calma
Tudo se resolve com trinta minutos e uma garrafa de whisky irlandês
Há que criar tempo
Um tempo que dê ideias
Uma ideia que sobreviva ao tempo e à garrafa de whisky irlandês
É preciso não escrever nada e dar liberdade ao tempo
Há que criar acções que apaguem as ideias estupidas
E sou estupido o suficiente para dizer:
As acções matam as ideias e o tempo passa a correr.

sábado, 9 de maio de 2009

A tristeza das coisas boas vida

Como é que se pode agarrar o mundo sem acreditar em nada?
Devia estar a escrever piadas no entanto esta tristeza
Esta tristeza que vem da parte de trás da cabeça e que me aperta o peito como um simples mortal segura a vida pelos dedos
Há sangue na beleza das pequenas coisas da vida e cânticos melancólicos no sorriso das crianças
É tudo triste e eu devia estar a escrever piadas mas é tudo triste
É tudo tão triste

terça-feira, 5 de maio de 2009

but you've no need to fear it
cause no one will hear it.
Sad songs and waltzes aren't selling this year.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

WATAFUCK??!

É algo mais forte que nós
que nos faz acreditar e voltar a acreditar
É algo que não é doença nem cura porque é cura e doença ao mesmo tempo
É algo que nos berra à cabeça,
-Suicida-te!
E algo que nos sussura ao ouvido,
-Amo-te...

É água e Gin,
Sopa e tabaco,
É algo mais forte que eu,

que a própria vida,
que a própria sorte,
que a própria vodka,
que a própria morte.

É algo que nos faz deitar tarde e acordar cedo
Que nos faz dançar e desfalecer
Algo que supera o próspero medo de morrer

É algo mais forte do que nós
Que nos leva à tentação de rimar
É uma luta que não conseguimos ganhar
É guerra declarada contra nós desde antes do tempo dos nossos avós

Foda-se é rídiculo
É ridicula esta forma de vida que nos consola e serve
Esta doce tragédica que faz o peso do mundo parecer leve

Esta doce tragédia que nos diz,
-Não a deixes, é a hora!
O precipicio que nos tenta,
Vai em frente!
Um pensar duas vezes,
-Suicida-te agora
Um sussurro ao ouvido,
Amar-te-ei sempre...

Sei desde o momento que te vi
Que não podiamos estar sós
A vida foi feita a pensar em ti
O mundo feito para nós

HEY ME

"Hey jude, dont make it bad.
Take a sad song and make it better.
Remember to let her into your heart,
Then you can start to make it better.

Hey jude, dont be afraid.
You were made to go out and get her.
The minute you let her under your skin,
Then you begin to make it better.

And anytime you feel the pain, hey jude, refrain,
Dont carry the world upon your shoulders.
For well you know that its a fool who plays it cool
By making his world a little colder.

Hey jude, dont let me down.
You have found her, now go and get her.
Remember to let her into your heart,
Then you can start to make it better.

So let it out and let it in, hey jude, begin,
Youre waiting for someone to perform with.
And dont you know that its just you, hey jude, youll do,
The movement you need is on your shoulder.

Hey jude, dont make it bad.
Take a sad song and make it better.
Remember to let her under your skin,
Then youll begin to make it
Better better better better better better, oh!"

Sad songs and waltzes

"I'm writing a song all about you.
a true song as real as my tears.
but you've no need to fear it
cause no one will hear it.
sad songs and waltzes aren't selling this year.

i'll tell all about how you cheated.
i'd like for the whole world to hear.
i'd like to get even
with you cause you're leavin'.
but sad songs and waltzes aren't selling this year.

it's a good thing that i'm not a star.
you don't know how lucky you are.
though my record may say it,
no one will play it.
sad songs and waltzes aren't selling this year.

it's a good thing that i'm not a star.
you don't know how lucky you are.
though my record may say it,no one will play it.
sad songs and waltzes aren't selling this year."

Cake

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Tenho saudades minhas
da tragédia em mim
do beber por nada
do viver para nada
de ter a desculpa de ser um louco solitário

A vida continua igual só que agora vejo o branco e a luz e a luz e o branco confundem-se
ainda tenho vontade de morrer às vezes
tenho saudade de ter vontade de morrer

Porra, sinto que estrago a minha vida a cada passo que dou, a cada palavra que digo, a cada cigarro que fumo, a cada vez que dou por mim curvado
e tenho saudades de andar como se fosse feliz, de falar como se fosse esperto, de fumar como se fosse imortal e de andar curvado como se esse fosse o meu direito

Tenho saudades da tragédia em mim
de beber para morrer
de viver para ser um louco
e cheirar mal para ser solitário

Confesso:
tenho saudades minhas.
Mas foda-se:
Tenho muito mais saudades tuas!

WATAFUCK?!

Olá.
Enquanto comem uma sandes e bebem uma imperial escutem um homem contido:

É preciso voltar a outros tempos
Tempos de luta
É preciso encontrar uma puta
Que não nos deixe só a olhar

É preciso provar outros ventos
Ventos de tragédia social
De orgulho nacional
Que não nos deixem só sonhar

É preciso saborear os momentos
Momentos sem comunas nem capitalistas
Inventar novas conquistas
Que me façam ter vontade de aqui estar

Adeus
Enquanto como uma pizza e bebo um sumo natural tenho pensamentos sem sentido.
Já se rimou tudo
Hoje a rima
é não rimar

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O NADA ETERNO

O eterno paradoxo da minha vida
Tenho tudo para ser feliz
no entanto, cerro os dentes, e sinto a maior de todas as tragédias a gritar dentro de mim
A eterna dor dentro de mim
Tenho tudo para ser infeliz
No entanto, se a cerveja está fresca sorrio, e sorrio se contares uma piada e sorrio porque sinto alegria a gritar dentro de mim
O eterno nada em mim
Tenho tudo para ter tudo
No entanto tranformo o tanto em pouco e o pouco em quase nada e cuspo o quase e fica o nada
Cerro os dentes, e nada fica.

domingo, 12 de abril de 2009

ATÉ AMANHÃ

Gosto de ti comó caralho,
juro pela puta da lua,
hoje gosto de ti como quem quer que haja amanhã,
juro pela filha da puta da lua,
até amanhã!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Até já

O meu cérebro vomita um passado distante, como se fora um sonho, como se nada tivesse existido
E aqui estou eu, bêbedo, com medo de voltar a ser eu
De voltar a ser o que fui,
De voltar a ser a sombra que eu quis dar de mim
Desculpa,
Não me deixes assim,
Não quero voltar a escrever aqui.
A escrita é uma solidão a consumir-me,
É uma puta barata,
é um espelho deprimente e escuro
e é claramente a minha imagem
aquela que eu nego
e que me faz suplicar aos céus,
-Nunca mais me deixem escrever!
Eu sou eu e não me digam que nunca me viram assim
ou que,
estou a voltar a ser o que fui
Nunca fui nada
Nunca serei nada
E quando quiser ser alguma coisa vou voltar a beber e a gritar
-Por favor, Não me deixem voltar a escrever!
Vou voltar a beber e susurrar
-O meu cérebro vomita um passado distante, como se fora um sonho, como se nada tivesse existido

quinta-feira, 26 de março de 2009

Like a rolliiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiing stooooooooooooooooooooooone

sexta-feira, 20 de março de 2009

CONSIDERAÇÕES SOBRE A VIDA

Muito longa às vezes


"Hey little bird – hey little bird
Thank you for not letting go of me when I let go of you"

Tão curta às tantas.


"To be here and be bringing bad news"

Muito triste às vezes

"Lonely ain't lonely, someone calling at the door"

Tão...
Tão qualquer coisa (boa) às tantas.

São más notícias que gritam na luz:
É a hora! É a hora de mudar!

"And you may transcend the bad news"

Muito longa às vezes
Tão curta às tantas

quinta-feira, 5 de março de 2009

Tenho a dizer que,
Os meu últimos textos são um nojo
Tenho dito.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Queria que existisse realmente a vida eterna
Não era por mim a sério.
Eu podia dormir para sempre
tanto me faz
Queria a vida eterna para falar com os antigos
Platão, Aristóteles, Jesus de Nazaré, Shakespeare, Goethe, niechtze, Jorge Luís Borges, a minha avó...
Palavra de honra! Eu não me importo de desaparecer por dois dedos de conversa.
Que o tempo seja uma anedota!
Vamos brincar com o tempo
Vamos aproveitar cada momento à espera de uma gargalhada no fim!
Vamos brincar no tempo!
Vamos ver a tua reacção se eu te tivesse dito que te amava
Ela tem os olhos cor de mel mas já está longe
Se o tempo é uma anedota eu devo ser a última palavra
aquela que faz rir
Se eu for um poema sou a palavra que faz chorar
hahahahahah!
Eu quero é ser o whisky que embreaga! Que torna real e verdadeira a vida!
Não sei...
Parece que estive a sonhar?
Mãe! Juro que não fui eu! Não é por mim juro!
Mãe, faz com que haja a vida eterna...
Os meus netos iriam adorar conhecer o Homero!
E eu, confesso, adoraria voltar a ver os teus olhos cor de mel
Nada.
Ficamos com nada
Aqui o Teatro
Aqui tu
Tu e o Teatro
E as pessoas aplaudem
E as pessoas dizem que adoram
E as pessoas agradecem
E as pessoas vão-se embora
E tu ficas sozinho
E tiras o nariz de palhaço
E estas sozinho
E Nada
Ficamos com nada
Aqui o Teatro
Aqui tu
Tu e o Teatro e ecos de vazio
Chego a pensar que não
Não!
Não me posso dar tanto e chego a pensar que devo fazer tudo igual que vai dar ao mesmo
E chego a pensar que devia ser pedreiro
(a minha mãe dá cervejas aos pedreiros)
Nada
Nem uma cerveja
O actor é a personagem e os fantasmas do actor
Uma catarse
Uma masturbação palavreada
A arte traz aplausos que não significam nada
Tirem os aplausos do teatro pa!
Que coisa antiga!
Quero representar e morrer e pensar que depois de morrer as pessoas me vão aplaudir antes de cairem no sono.
Quero acabar a cena e ir para casa sem cair em mim
Sem ter de representar um actor que agradece
E agora falo eu
Sem personagem
Sem nada
Sem o nada que dá nada
Agora digo eu
Luís Miguel Lobão Gonçalves Ferreira
Agora digo eu, como dizia a minha avó,
-Saudade agunstiante de um futuro distante
E como sempre
Não fui eu a falar

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Esqueçam tudo o que eu escrevi até aqui
Não quero saber
Acabem com os aplausos no Teatro!
Porque eu dou por mim a começar a chorar sozinho em casa e a deixar de chorar porque começo a representar para mim próprio
Só há um segundo de verdade em mim
O resto é mentira e passado e um futuro que nunca chegará a ser presente
Dou por mim, nu, ridículo, a crucificar-me, a ter pena de mim, a perpetuar a minha auto-tragédia.
Quando superar a minha forçada catarse e der por mim a ser um homem feliz a viver a vida no seu todo e a gostar de tudo o que vivo
Juro que morro
E não vou morrer feliz
Estou completamente sozinho
Também eu estou completamente sozinho
Não tenho ninguém para falar comigo
Não tenho nada em mim para falar comigo
Também eu me transformei num vazio
Num vazio como o vazio das pessoas
cheio de momentos divertidos que não querem dizer nada
Mas continuo a pensar como uma criança,
-Porque é que as pessoas se fazem mal umas as outras?
E continuo a ouvir a minha mãe dizer na minha primeira memória,
-És um extra-terrestre
E continuo a sofrer pelo mundo
E às vezes ainda acredito que o mundo também sofre por mim
Às vezes ainda acredito que tenho consequências no mundo
A escrita continua a ser uma masturbação e nada mais
A arte só quando não tenho mais nada
Não era nada disto que eu devia estar a fazer
Sinto a culpa da humanidade
Sinto que a culpa é toda minha
Se amanhã não tiver aplausos juro que morro
Então esqueçam tudo o que eu escreverei até morrer

Sei lá!

Deixem-me em paz
Por favor deixem-me em paz
As pessoas que me deixem em paz
Mas que o público me venha ver como uma fera no circo
Não é um favor, asério! Vão gostar!
à parte isto deixem-me em paz
Não gozem comigo por favor!
Confesso,
Tenho medo das pessoas
cada vez mais
Tenho medo de estar sozinho
Cada vez mais
Tenho medo de desaparecer
de deixar de pensar
de adormecer
Tenho esperança no dia de amanhã
-É amanhã que eu não vou acordar
É amanhã que não me vai custar deixar de existir
Tenho medo do tempo
O tempo prova tudo.
O que é que se passa na minha cabeça?
Não, o problema não sou eu
são os outros
Ainda há sol, ainda há chuva e mar e terra e a culpa não é minha
Sou o melhor do mundo
E não
Sou só mais um
e sklfjkdfjdkgjkdlllllllllllgjkdhgdjhgdhgjthrhgjkrghejrghrughurhrhyjrgthtrjgthrjhyjrhjrtghjrthrjghjghjgjfghjfghjhtyt
srijgturijstjhythyjtrhyjtrhgyjtrhgjgthjtrhytrjhytrhgyrjghjhgahfjaklehsjhcvbcnvvv
itvhrxbcvptrhcrccwr
Não sei

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

NO AMOR ELA NÃO QUER SABER DE MIM E O PASSAR DO TEMPO

Dás por ti a reparar,
-Há quanto tempo é que eu não fazia isto?
Há muito, há muito...
Já tinha tido essa ideia do relógio ao contrário,
-TAC, TIC, TAC, TIC, TAC, TIC............................................
Se eu pudesse fumar um cigarro ao contrário enquanto limpava os pulmões
Se eu pudesse pensar ao contrário e esquecer, esquecer até deixar de existir sem a angústia de deixar de existir
TAC, TIC, TAC, TIC!
A arte não é a verdade é uma actriz a representar uma puta
Os sentimentos depois das palavras em vez das palavras depois dos sentimentos...
Tudo na arte é ao contrário e tudo o que fazes na vida te faz pensar,
-Há quanto tempo é que eu não fazia isto?
E se nunca tiveres feito qualquer coisa já sonhaste isso o que faz de tudo uma repetição ou uma repetição antecipada,
-Quando é que vou fazer isto outra vez? Quando é que me vou sentir assim outra vez?
Para o bem e para o mal haverá sempre o outra vez e o tac tic e o tic tac e o cat cit e o cit cat e a humanidade a gritar,
-Eu não tive a culpa! Eu quero viver! Eu não tenho a culpa! Eu não quero morrer!
O passar do tempo e esta minha necessidade de me transportar eternamente para sítios onde não estou.
Dá-me ideia que este mundo é feito em sanitas ou atrás das moitas e só fazemos merda.
Há uma linha ténue de felicidade entre o beber e não beber.
Dá-me ideia que o álcool é o elixir da poesia, o elixir da morte...
Uma história que demora cinco mil anos a ser contada contra uma musica fantástica que demora um segundo a ser esquecida.
A felicidade ou a eternidade? A felicidade ou a eternidade? A felicidade ou a eternidade? A felicidade ou a eternidade? A felicidade ou a eternidade?
Ou o nada.
A infelicidade injustificada
A infelicidade sem mais nada
A indecisão e o relógio a disparar,
-TIC, TAC! TIC, TAC! TIC, TAC!
Sinto que acabei de escrever um dos melhores textos da minha vida
Mas a vida não é um texto, não pode ser um texto!
É uma puta!
Um dia quando eu me decidir faltará um dia para eu morrer.
(Acho que te amo e já é tarde)
Será sempre tarde de mais.

domingo, 18 de janeiro de 2009

EU QUERIA SER NINGUÉM

Desculpem
Estou numa fase em que penso muito pouco, sinceramente
Parece-me que estou no bom caminho para ser uma pessoa normal
Amanhã domingo: almoço de família, quem sabe passar pela missa... talvez passear em sintra...
Amanhã é domingo e eu sou uma pessoa normal
Vou ficar em casa, sem pensar em nada, a ver o programa do Malato.
Acho que amanhã me apaixono de verdade
Domingo é um bom dia para se estar casado
Amanhã é domingo e vou ver a bola com o meu mais novo depois do almoço de família.
Amanhã vou ensinar os meus netos a pensarem pouco
A serem pessoas normais
Amanhã vou ensinar os meus netos a serem coisas mortas
Domingo é um bom dia para morrer
Desculpem
Um dia hei-de viver e chorar fora de cena

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

ATÉ AMANHÃ!

É a esperança a bater-nos à porta
A mentira a entrar pela janela
O romance tão perto na T.V.
O amor tão longe na cabeça
E a estranha e dura certeza que o amanha já foi ontem
Até um dia!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Podemos falar do Manel

"Ninguém é quem queria ser eu queria ser ninguém é quem queria ser eu queria ser ninguém..."

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

ATÉ JÁ!

Já não me lembro se escrevia sobre mim ou sobre um ser inventado muito diferente de mim.
É que somos tão parecidos...
E como a sobriedade e a felicidade são inimigas da criação,
Hoje (e nos próximos tempos) não vou escrever mais nada.
E esse ser inventado deve estar muito feliz