quinta-feira, 23 de abril de 2009

Tenho saudades minhas
da tragédia em mim
do beber por nada
do viver para nada
de ter a desculpa de ser um louco solitário

A vida continua igual só que agora vejo o branco e a luz e a luz e o branco confundem-se
ainda tenho vontade de morrer às vezes
tenho saudade de ter vontade de morrer

Porra, sinto que estrago a minha vida a cada passo que dou, a cada palavra que digo, a cada cigarro que fumo, a cada vez que dou por mim curvado
e tenho saudades de andar como se fosse feliz, de falar como se fosse esperto, de fumar como se fosse imortal e de andar curvado como se esse fosse o meu direito

Tenho saudades da tragédia em mim
de beber para morrer
de viver para ser um louco
e cheirar mal para ser solitário

Confesso:
tenho saudades minhas.
Mas foda-se:
Tenho muito mais saudades tuas!

WATAFUCK?!

Olá.
Enquanto comem uma sandes e bebem uma imperial escutem um homem contido:

É preciso voltar a outros tempos
Tempos de luta
É preciso encontrar uma puta
Que não nos deixe só a olhar

É preciso provar outros ventos
Ventos de tragédia social
De orgulho nacional
Que não nos deixem só sonhar

É preciso saborear os momentos
Momentos sem comunas nem capitalistas
Inventar novas conquistas
Que me façam ter vontade de aqui estar

Adeus
Enquanto como uma pizza e bebo um sumo natural tenho pensamentos sem sentido.
Já se rimou tudo
Hoje a rima
é não rimar

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O NADA ETERNO

O eterno paradoxo da minha vida
Tenho tudo para ser feliz
no entanto, cerro os dentes, e sinto a maior de todas as tragédias a gritar dentro de mim
A eterna dor dentro de mim
Tenho tudo para ser infeliz
No entanto, se a cerveja está fresca sorrio, e sorrio se contares uma piada e sorrio porque sinto alegria a gritar dentro de mim
O eterno nada em mim
Tenho tudo para ter tudo
No entanto tranformo o tanto em pouco e o pouco em quase nada e cuspo o quase e fica o nada
Cerro os dentes, e nada fica.

domingo, 12 de abril de 2009

ATÉ AMANHÃ

Gosto de ti comó caralho,
juro pela puta da lua,
hoje gosto de ti como quem quer que haja amanhã,
juro pela filha da puta da lua,
até amanhã!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Até já

O meu cérebro vomita um passado distante, como se fora um sonho, como se nada tivesse existido
E aqui estou eu, bêbedo, com medo de voltar a ser eu
De voltar a ser o que fui,
De voltar a ser a sombra que eu quis dar de mim
Desculpa,
Não me deixes assim,
Não quero voltar a escrever aqui.
A escrita é uma solidão a consumir-me,
É uma puta barata,
é um espelho deprimente e escuro
e é claramente a minha imagem
aquela que eu nego
e que me faz suplicar aos céus,
-Nunca mais me deixem escrever!
Eu sou eu e não me digam que nunca me viram assim
ou que,
estou a voltar a ser o que fui
Nunca fui nada
Nunca serei nada
E quando quiser ser alguma coisa vou voltar a beber e a gritar
-Por favor, Não me deixem voltar a escrever!
Vou voltar a beber e susurrar
-O meu cérebro vomita um passado distante, como se fora um sonho, como se nada tivesse existido