domingo, 7 de setembro de 2008

ÓDIO

Hoje estou tão sozinho e estou tão feliz
Há muito tempo que nao dormia sozinho
Há muito tempo que não estava tão feliz
A estranha alegria de ver os soldados chegarem da guerra quase mortos
O estranho prazer de viver sem acreditar em nada
O niilismo positivo
Estou crescido
Já sei viver sem nada
Com os bolsos e a cama vazios
Adoro quando o tapete me escorrega dos pés mesmo quando a astrologia diz que este é o meu melhor mês
Não quero morrer mas estou tão
tão ansioso por não viver
Esse prazer do nada
Nada
Nada
Simplesmente não existir
Acabar com toda a tristeza e ser feliz
Ser feliz no nada já que nada me faz feliz
Aprendi a viver sabendo que não vou durar muito
Aprendi a viver no sol
Feliz e queimado
Feliz e queimado
Cansei-me de uivar à lua
A poesia morreu
Resta a alegria de saber viver e viver bem sem poesia
E isto é tão triste
É tão paradoxalmente poético
É ter um lugar ao sol e o sol ser o inferno
É ser feliz
Feliz
E chorar
É ser feliz e chorar muito
E ser feliz

Amo-te
Amo-te
Descobri agora que te amo porque tive saudades tuas
porque quando te imaginei com outros vomitei
Amo-te assim: Longe
E longe de ti amo-te e sou feliz
Porque te odeio

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