quarta-feira, 29 de agosto de 2007

PLATEAU AND TALK SHOW HOSTS

-Gosto muito mais de ti em cena do que na vida real.
Nunca tinha falado com ela assim.
Há três dias ligámos a curta distância que vai de uma cadeira para um palco que tinha estado sempre entre nós.
Exactamente no momento em que eu pensava que o meu reconhecidíssimo poder persuasivo perante as mulheres estava a resultar sobre ela, ela disse-me,
-Gosto muito mais de ti em cena do que na vida real.
A verdade é que nem sequer sei porque é que estou a escrever este texto.
A verdade é que há três dias que não consigo parar de pensar insistentemente,
-Gosto muito mais de ti em cena do que na vida real.
A verdade é que ando há três dias a pensar insestentemente neste texto sem conseguir sair da sua primeira frase,
-Gosto muito mais de ti em cena do que na vida real.
Há um cliché teatral que eu costumo repetir às actrizes mais receptivas ao meu reconhecidíssimo poder persuasivo perante as mulheres,
-O bom do teatro é poder sermos em cena alguém que nunca seremos na vida real.
...
Na tua insistente burrice disseste uma coisa estranhamente inteligente
Demorou a digerir
Demorei três dias a perceber que concordo contigo
A verdade é que,
-Também gosto muito mais de mim em cena do que na vida real.




"I want to, I want to be someone else or I'll explode
Floating upon the surface for
The birds, the birds, the birds"


"M
any a hand has scaled the grand old face of the plateau
Some belong to strangers and some to folks you know
Holy ghosts and talk show hosts are planted in the sand
To beautify the foothills and shake the many hands

There's nothing on the top but a bucket and a mop
And an illustrated book about birds
You see a lot up there but don't be scared
Who needs action when you got words"



6 comentários:

miguel graça disse...

Tanta regularidade na escrita... Que bom!

Arbóreo disse...

As mulheres amam o que sabem que nunca poderão ter.
Sabem que estás em cena, e que estás ali, a meia duzia de metros. Querem-te..., desejam-te! Naquele tempo em que és uma personagem, em que és alguém que não és tu, elas sonham contigo.
Mas quando sais cá para fora e tentas ser tu, e apenas tu próprio, o "poder persuassivo" que o brilho da tua personagem provoca nas mulheres dissipa-se no ar, evapora-se. Restas tu, e o teu poder persuasivo, e elas, sabendo que estás ali e que se quizerem podem tocar-te, falar directamente contigo, e possuir-te, acabam por dizer: " Gosto muito mais de ti em cena do que na vida real."

Aquilo que não podemos ter, é aquilo que mais desejamos para nós.

Um abraço caro colega!

Marta Queiroz disse...

És um fala-barato com classe :P
Eu vi esse poder persuasivo a actuar...Deu para rir um bocadinho :)
Olha eu... gosto de ti em palco.
Mas também te acho piada na plateia :)
São pessoas diferentes.
Em sitios diferentes.
Não se tem de gostar só de uma delas.
Acho eu ..

Beijo

Gaius disse...

Já tens na Marta uma fã incondicional! ;)

Anônimo disse...

"Gosto muito mais de ti em cena do que na vida real"
Sim, quando estavas a fazer o Peter eu posso afirmar que também senti isso, eras qualquer coisa que atraía imenso... Beijinhos lol

Anônimo disse...

"Gosto muito mais de ti em cena do que na vida real"
Sim, quando estavas a fazer o Peter eu posso afirmar que também senti isso, eras qualquer coisa que atraía imenso... Beijinhos lol