sexta-feira, 4 de março de 2011

Queria encher os meus pulmões de vontade e fazer as coisas que quero fazer
e queria pegar-me ao colo e sentar-me num sofá a olhar cá para baixo
Queria que todos se sentassem em si próprios a olhar para cima
Queria ter uma certeza qualquer
Queria mesmo acreditar em qualquer coisa
Queria encher os meus pulmões de fé e fazer qualquer coisa que o meu peito ache impossível.
Gostava de olhar para mim próprio como um estranho qualquer e dizer uma piada cruel qualquer sobre o que sou
Queria muito ver-me ao espelho como alguém que não está a olhar para o espelho mas antes a olhar para outro alguém nos olhos e ver nesses olhos o meu espelho
Queria não estar tão confuso
Queria encher os meus pulmões de amor e cuspir-me cá para fora,
lá para fora,
aí para dentro.
Gostaria muito de ter a certeza de qualquer coisa
Queria que alguém me pegasse ao colo e me levasse no seu colo lá para cima.
Tomara eu não ter de repetir efeitos literários para ter de chegar à conclusão de que todas as minhas conclusões são só um efeito literário.
Queria encher os meus pulmões de nojo e vomitar-me cá para fora,
lá para fora,
aí para dentro.
Ninguém tem a culpa disto. Nem o William nem o Harold nem o Tenessee nem o Fernando nem o Tenessee whisky nem eu temos a culpa disto.
Simplesmente existe alguma coisa no ar que me enche os pulmões de culpa disto e de vontade de fazer aquilo e principalmente de inércia.
Só queria que o mundo se sentasse ao meu colo como um estranho bem vindo.
Queria sentar-me ao colo do mundo e que o mundo me embalasse.
Queria condesar-me numa frase e ser repetido mil vezes na tua boca.
Queria ser uma exclamação na tua vida
E uma virgula no teu mas
Mas maior parte das vezes, a verdade é que o meu peito quer ser só um ponto final
Parágrafo

Um comentário:

Catarina disse...

Olá,
gosto muito do que escreves.